terça-feira, 25 de outubro de 2011

A História do Pé

- Eu vou telefonar pra você, você finge que atendeu, tá?
- Tá.
- Eu enganei o diabo.
- Tá.
- Olhe... Vitória... amava Augusto... Mas tinha Chiquinho!
- Chiquinho não fez nada.

FIM





quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Naetílico


Na fonte o ronco da morte ressoa que sorte!
Bambolea sacudidas extremas de açoite,
A carne quente escorrendo aquele sangue ardido de fel.

Tudo em chamas

Silhuetas nascidas a raiz do instante
fumegam imensos charutos roxo e cinza.
Satisfeitas por uma brecha
no escuro se vão

A Gente Ria


Sabíamos aparecer detrás da janela 
doida ela andava pra rua inteira 
gritar no parapeito
vacilava,
fazia que ia
fazia que não ia

Disparava- usando os pés pra ricochetear 
(Pra ricochetear!) de volta na cidade 
Charles Jaime foi correndo ver 
Não acreditou
Viu aquela mulher

Que havia sido sua
Daquela maneira
Cantarolava uma canção

Paula




Preteridas esporas passam
pelo coração prateado
de Paula Purgada
Praticante efêmera de masturbação casual
Primeira na lista de porcos fascistas
Provida de provocantes mistérios
Paula manobrou
e fez o que ninguém imaginou

Vendeu tudo o que tinha
Foi-se pro exterior
Viveu dias de rainha
depois, puta no Pelô

Esses Olhos

Esses olhos me perseguem
me pedem, me medem, me sondam, me matam 
Me olham!

Me negam o seu olhar
--

"Mudei de olhos.
Ao olhares, então,
estes olhos
jamais reconhecerás".